collage video | digital | gabriela luíza e tiago mata machado | 2022 | work in progress
“A possibilidade de uma ruptura genérica paira sobre a membrana do mundo. Tudo acontece como se, na verdade, a curta história da humanidade na Terra já estivesse esgotada. O próprio tempo teria perdido toda potencialidade. Com o sistema de natureza ora descontrolado restaria apenas contemplar o fim do mundo. Por conseguinte, a tarefa do pensamento consistiria apenas em prenunciá-lo, daí o atual aumento do poder dos mais variados tipos de narrativa escatológica e do discurso de colapsologia” (Brutalismo, Achille Mbembe).
Filme-Chama é o retrato desse “mundo em combustão” descrito pelo filósofo sul-africano Achille Mbembe, um dos pensadores mais relevantes da atualidade, em uma de suas incursões mais perturbadoras. Um mundo devastado pela economia de guerra em que se converteu o capitalismo, consumido e revirado por essa máquina de guerra permanente que transforma o globo em um campo de batalha sem fronteiras nem limites, em um estado de guerra generalizado que se confunde com uma permanente usura do existente (Guerras e Capital, Maurizio Lazzarato e Éric Alliez). Filme-Chama se propõe ao mesmo tempo como um instântaneo (uma chama) e um palimpsesto, uma investigação estética e ao mesmo tempo arqueológica desse mundo colapsando em que a guerra nunca mais teve fim.
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